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Mesa de trabalho na oficina de
luz forense. |
Assino dois diários na internet (blogs). Um sobre
criminalística, meu ofício e “ganha-pão”. O outro, um prosaico resumo das
atividades de síndico em um condomínio. Desde que um coronel assumiu a direção
de um órgão que se arvorava independente, fiquei um pouco desestimulado.
Vicissitudes da política e da burocracia. Preferi desviar minhas energias para a
administração voluntária de um condomínio.
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Exemplo de amostra sob luz
forense |
O blog de criminalística possui a metade das publicações do
blog do condomínio, mas curiosamente possui o dobro de visitas do último.
Explica-se.
Um condomínio com boa administração mantém-se estável e
ninguém percebe sua existência. Ele está ali como suporte do médico, advogado,
engenheiro e tantos outros profissionais e pessoas do lar que tem muito mais o
que fazer que intervir na manutenção de seus recursos básicos. Já a atividade de
criminalística é um eterno pesquisar novos recursos para atender sua finalidade
de elucidação de condutas criminosas. O blog poderia ter apenas uma publicação,
mas todo perito, em algum momento, irá consultá-la. É uma necessidade.
Não tendo mais espaço para atuar no meu trabalho, como
funcionário, decidi manter-me “lubrificado” auxiliando na manutenção de um
edifício, com todos os seus detalhes, do subsolo ao telhado. É revigorante
tratar com as pessoas. Condôminos, inquilinos, prestadores de serviços e
produtos. Aprende-se muito.
Nosso trabalho, atualmente, pode não oferecer muito, mas a
filosofia embutida, a ciência da criminalística, ainda é um manancial do qual
não se pode abrir mão. Não esqueçamos da distinção entre voluntariado e
profissionalismo. Ali se faz porque se pode e se é muito, aqui só se faz se
investir. Parar, por qualquer motivo que seja, é assinar sua certidão de óbito
profissional.
Estejamos tristes, mas não mortos. A instrução será
ministrada. Os que puderem ouvir, não terão prejuízo.
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Amostras sob diversos
comprimentos de onda. |