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sábado, 30 de março de 2013
RELATORIO - PERICIA CRIMINALBRASILEIRA
PERITO ALAGOANO FALA SOBRE O EQUILIBRIO EMOCIONAL DO PRODUTO FINAL DA MALDADE HUMANA
terça-feira, 26 de março de 2013
Para um cara de óculos - o cotidiano com a morte
É comum ao leigo perguntar sobre o equilíbrio
emocional do perito criminal. Ainda mais quando se enfrenta, como diria um
professor meu, o "produto final da maldade humana".
No entanto, é bom frisar, nem sempre o que examinamos é resultado de um ato maldoso ("acidentes acontecem") e esse encargo não é apenas do perito criminal (pensem num médico, delegado ou, também e mais comumente, um gari!). Existem objetos e situações incrivelmente inusitados em lugares nunca esperados por todos! Sejamos leigos ou profissionais.
Fiz uma pesquisa simples de imagens no Google usando a palavra "nojo":
Foi aí que percebi que existem outras coisas que nos deixam enauseados além de cadáveres putrefeitos.
Vocês ainda não perceberam, não é?
Então vejam as imagens abaixo:
Enquanto para uns algo é desagradável, para outros pode ser perfeitamente natural e inclusive saudável!
Evidentemente que a repulsa significa alguma coisa. Normalmente algo que não é bom para a nossa saúde (física ou mental), mas percebam que parte delas nós mesmos imaginamos!
Vejam os exemplos abaixo:
O primeiro caso é plausível, mas aconteceu? E o segundo é fora da realidade (foto montagem).
Em perícia, muitos elementos podem gerar mal estar. Odores e texturas desagradáveis fazem parte deste universo. Talvez animados pela ideia de que a conduta delituosa, aquela ação marginal à sociedade sã e boa, induz a compreensão de algo doente, separado, descartado, ruim. O que é ruim jogamos fora, cuspimos, regurgitamos, deixamos sem cuidados para que desapareça pelo apodrecimento. Associar tudo isso a lixo e matéria putrefeita não é difícil. Somos levados, até inconscientemente, a ter nojo destas coisas.
Por outro lado, temos a ideia de "ciclo da vida". E ela se faz com a renovação dos recursos. A transformação do descartado em matéria estrutural. O estrume alimenta a planta que nos alimenta. O que vai, volta!
O perito criminal, e outros profissionais assemelhados, se deparam, frequentemente, com situações desagradáveis à maioria das pessoas (que são predominantemente instruídas nos produtos culturais denominados "agradáveis" para, entre outros objetivos, se conduzam saudavelmente na vida), mas que isso não é obstáculo às suas funções após criterioso treinamento.
Praticamente todos nós somos "treinados" para viver com saúde (física e mental). As pessoas "leigas" costumam tratar o cotidiano conforme aprenderam em casa, na escola, no trabalho e na religião. Os policiais civis e militares, os médicos, garis, peritos criminais e outros profissionais, cada qual com sua particularidade, são treinados a enfrentar situações "adversas" com um controle maior de sua repulsa, seja ela natural ou cultural.
O controle oriundo do treinamento é preciso para cumprir a função estabelecida na profissão. O que não significa que ficamos sem sensibilidade.
Mesmo em dez anos de trabalhos periciais não deixo de me sensibilizar com certos casos.
Existem acidentes que não apenas vemos o resultado final do confronto veículo X pedestre, p. ex., mas conseguimos, pelos vestígios, refazer toda a dinâmica e não é fácil imaginar o que não se passou na cabeça da vítima. Nem todos os atropelamentos resultam em morte instantânea.
A maioria das vítimas está na faixa da população carente. Às vezes chegamos grandes e poderosos. Estamos vestidos, calçados e totalmente saciados em nossas necessidades básicas e até voluptuárias. Mas existem lugares que visitamos onde não há espaço suficiente para uma família, e que, aos olhos do Estado, chegam a ser transparentes (foto acima). Muitas vezes vamos apenar "limpar" o local, mas não "saciá-lo" de suas necessidades básicas. Isso é repugnante.
O início da carreira foi impactante. Eu era advogado e só mexia com papéis e teses jurídicas, mas, gradualmente, com a ajuda dos colegas veteranos e com os protocolos de operação, aprendi a separar o momento de tomar nota "friamente" e o momento de derramar lágrimas. Temos de fazer as duas coisas para ter equilíbrio.
Espero ter auxiliado o Hugo com sua pergunta sobre o tema.
http://periciacriminalalagoana.blogspot.com.br/2013/03/para-um-cara-de-oculos-o-cotidiano-com.html
No entanto, é bom frisar, nem sempre o que examinamos é resultado de um ato maldoso ("acidentes acontecem") e esse encargo não é apenas do perito criminal (pensem num médico, delegado ou, também e mais comumente, um gari!). Existem objetos e situações incrivelmente inusitados em lugares nunca esperados por todos! Sejamos leigos ou profissionais.
Fiz uma pesquisa simples de imagens no Google usando a palavra "nojo":
Foi aí que percebi que existem outras coisas que nos deixam enauseados além de cadáveres putrefeitos.
Vocês ainda não perceberam, não é?
Então vejam as imagens abaixo:
Enquanto para uns algo é desagradável, para outros pode ser perfeitamente natural e inclusive saudável!
Evidentemente que a repulsa significa alguma coisa. Normalmente algo que não é bom para a nossa saúde (física ou mental), mas percebam que parte delas nós mesmos imaginamos!
Vejam os exemplos abaixo:
O primeiro caso é plausível, mas aconteceu? E o segundo é fora da realidade (foto montagem).
Em perícia, muitos elementos podem gerar mal estar. Odores e texturas desagradáveis fazem parte deste universo. Talvez animados pela ideia de que a conduta delituosa, aquela ação marginal à sociedade sã e boa, induz a compreensão de algo doente, separado, descartado, ruim. O que é ruim jogamos fora, cuspimos, regurgitamos, deixamos sem cuidados para que desapareça pelo apodrecimento. Associar tudo isso a lixo e matéria putrefeita não é difícil. Somos levados, até inconscientemente, a ter nojo destas coisas.
Por outro lado, temos a ideia de "ciclo da vida". E ela se faz com a renovação dos recursos. A transformação do descartado em matéria estrutural. O estrume alimenta a planta que nos alimenta. O que vai, volta!
O perito criminal, e outros profissionais assemelhados, se deparam, frequentemente, com situações desagradáveis à maioria das pessoas (que são predominantemente instruídas nos produtos culturais denominados "agradáveis" para, entre outros objetivos, se conduzam saudavelmente na vida), mas que isso não é obstáculo às suas funções após criterioso treinamento.
Praticamente todos nós somos "treinados" para viver com saúde (física e mental). As pessoas "leigas" costumam tratar o cotidiano conforme aprenderam em casa, na escola, no trabalho e na religião. Os policiais civis e militares, os médicos, garis, peritos criminais e outros profissionais, cada qual com sua particularidade, são treinados a enfrentar situações "adversas" com um controle maior de sua repulsa, seja ela natural ou cultural.
O controle oriundo do treinamento é preciso para cumprir a função estabelecida na profissão. O que não significa que ficamos sem sensibilidade.
Mesmo em dez anos de trabalhos periciais não deixo de me sensibilizar com certos casos.
Marcas de arrastamento no asfalto (atropelamento em novembro de 2004). |
Existem acidentes que não apenas vemos o resultado final do confronto veículo X pedestre, p. ex., mas conseguimos, pelos vestígios, refazer toda a dinâmica e não é fácil imaginar o que não se passou na cabeça da vítima. Nem todos os atropelamentos resultam em morte instantânea.
Piso de residência popular onde uma mãe foi assassinada (em junho de 2004). |
A maioria das vítimas está na faixa da população carente. Às vezes chegamos grandes e poderosos. Estamos vestidos, calçados e totalmente saciados em nossas necessidades básicas e até voluptuárias. Mas existem lugares que visitamos onde não há espaço suficiente para uma família, e que, aos olhos do Estado, chegam a ser transparentes (foto acima). Muitas vezes vamos apenar "limpar" o local, mas não "saciá-lo" de suas necessidades básicas. Isso é repugnante.
O início da carreira foi impactante. Eu era advogado e só mexia com papéis e teses jurídicas, mas, gradualmente, com a ajuda dos colegas veteranos e com os protocolos de operação, aprendi a separar o momento de tomar nota "friamente" e o momento de derramar lágrimas. Temos de fazer as duas coisas para ter equilíbrio.
Espero ter auxiliado o Hugo com sua pergunta sobre o tema.
http://periciacriminalalagoana.blogspot.com.br/2013/03/para-um-cara-de-oculos-o-cotidiano-com.html
segunda-feira, 4 de março de 2013
sábado, 2 de março de 2013
ATENÇÃO ATEÇÃO ATENÇÃO - ACONTECE EM MINAS GERAIS CONCURSO PUBLICO -Polícia Civil altera data das provas de concursos públicos
Polícia Civil altera data das provas de concursos públicos
01/03/2013 - 09h21m
Provas passaram para o dia 26 de maio. Estão previstas as contratações de 121 Médicos Legistas, 95 Peritos Criminais, 415 servidores para o cargo de Analista e 866 para Técnico Assistente
A Polícia Civil informa que foram publicadas, na quinta-feira (28), no Diário Oficial de Minas Gerais, as retificações dos editais para os concursos públicos que preveem a contratação de 121 Médicos Legistas, 95 Peritos Criminais, 415 servidores para o cargo de Analista e 866 para Técnico Assistente.
A principal alteração foi com relação à data de aplicação das provas objetivas, que passou do dia 2 de junho para o dia 26 de maio. As alterações também estão disponíveis nos sites da Academia de Polícia e da organizadora do concurso, Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc).
Entre as novas definições, foi dispensada a exigência do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa para efeito de avaliação, considerando o disposto no Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de 2012, publicado no Diário Oficial da União, nas provas de conhecimento.
As inscrições começarão a partir das 9h do dia 18 de março, terminam às 23h do dia 18 de abril e podem ser efetuadas no site da Fumarc. Os candidatos que não dispuserem de acesso à internet poderão se inscrever na sede da Acadepol, na rua Oscar Negrão de Lima, nº 200, bairro Nova Gameleira, em Belo Horizonte, das 9h às 17h, exceto sábados, domingos e feriados. No interior, os candidatos podem procurar as sedes das Delegacias Regionais de Polícia Civil, nos endereços constantes do Anexo III dos Editais.
A taxa de inscrição varia entre R$ 52 e R$ 76.
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