Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais
(Fenapef) aprovaram na tarde desta terça-feira a continuidade da greve
de agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em todo o
Brasil. A decisão foi tomada pelos presidentes dos 27 sindicatos da
categoria, e deve ser ratificada em assembleias nos próximos dias. A
paralisação teve início em 7 de agosto passado.
Veja como a greve dos servidores federais pode afetar sua rotina
Apesar da determinação, a Fenapef garante que irá cumprir a
decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que fixou um efetivo
mínimo que deve estar à disposição dos serviços prestados pela PF. Na
última sexta-feira, o ministro do STJ Herman Benjamin determinou que
portos e aeroportos devem manter 100% de suas atividades de plantão,
pela essencialidade do controle de imigração e emigração, bem como para o
atendimento das demandas da Justiça Eleitoral no primeiro e segundo
turno das eleições, que se aproximam.
Nesta terça-feira, agentes fizeram um protesto em Nova York, durante a
visita da presidente Dilma Rousseff à cidade. Para a próxima
quinta-feira, representantes dos policiais federais em todo o País devem
realizar um ato nacional, em São Paulo. Eles pedem reestruturação da
carreira e aumento salarial.
O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de
órgãos públicos federais cresceram no mês de agosto. Pelo menos 25
categorias entraram em greve, tendo o aumento salarial como uma das
principais reinvindicações. O Ministério do Planejamento estima que a
paralisação tenha envolvido cerca de 80 mil servidores. Em
contrapartida, os sindicatos calculam que 350 mil funcionários aderiram
ao movimento.
A greve afetou servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária
Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional,
da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, das
Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O
Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação
(Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao
movimento.
Após apresentar proposta de aumento de 15,8%, dividido em três anos,
o governo encerrou no dia 26 de agosto as negociações com os
servidores. Policiais federais e funcionários do Incra foram as únicas
classes que continuaram em greve após o fim das negociações. O orçamento
anual do governo, com a previsão de gastos com a folha de pagamentos
dos servidores em 2013, foi enviado ao Congresso em 30 de agosto.
No dia 19 de setembro, trabalhadores dos Correios deflagraram uma
greve em pelo menos 18 Estados e no Distrito Federal. O comando de
negociação reivindica 43,7% de reajuste, R$ 200 de aumento linear e piso
salarial de R$ 2,5 mil. Quatro sindicatos dissidentes (São Paulo, Rio
de Janeiro, Tocantins e Bauru), que se desfiliaram da federação,
reivindicam 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de
R$ 100. O salário-base inicial de carteiros, atendentes comerciais e
operadores de triagem e transbordo é R$ 942.
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6180208-EI306,00-Federacao+decide+manter+greve+dos+agentes+da+Policia+Federal.html