Caso Eliel: Politec utilizou luminol para identificar sangue da vítima na casa dos suspeitos
Após mais de 50 dias do crime, a prova definitiva foi obtida pela equipe pericial por meio da técnica de luminol, reagente químico que identificou traços de sangue da vítima no piso de dois cômodos da casa dos suspeitos. Os pisos haviam sido lavados cuidadosamente. Mas, o exame de DNA dos resíduos, realizado pela Politec, confirmou que o sangue apresentava o perfil genético da vítima.
O resultado da perícia só foi possível graças à intervenção direta da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e do Governo do Amapá, que conseguiram recuperar 10 maletas forenses junto à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Esses equipamentos haviam sido redirecionados para outros estados. As maletas possuem diversas ferramentas e reagentes fundamentais para exames em local de crime.
Devido à dificuldade para elucidar o crime, esta foi a primeira vez que a técnica do luminol foi utilizada pela Politec no Amapá. O desfecho do assassinato do advogado Eliel Amoras demonstra o esforço integrado dos órgãos da segurança pública estadual, especialmente da Polícia Civil e da Politec, que utilizaram ferramentas e técnicas modernas para combater a criminalidade, identificando a autoria dos crimes e diminuindo a impunidade.
Assinado pelos peritos criminais Pedro Ronildo Dias Malcher e Manoel da Silva Barbosa Filho, o laudo de exame pericial foi concluído no dia 20 de abril. Com base nos indícios das provas pericias e na confissão dos próprios suspeitos, a delegada Maria Valcilene Mendes, titular da Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (Decipe), já havia solicitado a prisão temporária de José Henrique de Azevedo Pinheiro e do seu filho, André de Azevedo Pinheiro.
Desde a ocorrência do crime, o secretário da Justiça e Segurança Pública, Marcos Roberto Marques e o delegado geral de Polícia Civil, Tito Guimarães Neto, acompanharam todos os passos da investigação.
Entenda o caso
Eliel Amoras mantinha amizade com André, que confirmou que o advogado costumava frequentar sua casa no conjunto da Ego, localizado na zona Sul de Macapá.
No dia do crime, 13 de fevereiro, no final da tarde, vítima e acusado estavam juntos no quarto da casa de André, quando Eliel foi atingido na cabeça por um tiro de revólver, cujo calibre ainda não foi possível identificar, pois a arma usada não foi encontrada.
O pai de André tomou conhecimento do episódio e planejaram deixar o corpo na casa e esperar anoitecer para retirar o cadáver no próprio carro do advogado e levá-lo ao ramal do Alemão, as margens da Rodovia JK. Lá, os dois jogaram alguns litros de produto inflamável no veículo carbonizando tudo.
Os trabalhos periciais foram dificultados devido à situação em que o carro e o corpo foram encontrados. Mesmo assim, exames e perícias especializadas, principalmente a técnica do luminol, permitiram esclarecer parte do crime, assim como o depoimento dos acusados.
No final de março, em entrevista coletiva, a delegada Maria Valcilene Mendes fez as primeiras declarações oficiais acerca do caso, apontando os dois suspeitos como responsáveis pelo homicídio. O delegado geral Tito Guimarães Neto acompanhou a entrevista, assim como os delegados Celso Souza Pacheco e Odanete Bionde que ajudaram nas investigações. O comunicado oficial da Polícia Civil também foi acompanhado pelo advogado Paulo Campelo, representante da Ordem dos Advogados do Brasil secção Amapá (OAB/AP).
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Regis Sanches/Sejusp