SANTOS, Sabrinne Peglow dos1
; COSTA, Rafael Muller da1
; ROSSI, Luiza
Figueiró¹; SAMPAIO JR, Daiser Paulo de Almeida2
; SAMPAIO, Luzia CristiNA Lencioni³
1 Acadêmico de Medicina Veterinária – FV UFPel (bi_peglow@hotmail.com)
1 Acadêmico de Medicina Veterinária – FV UFPel (rafajangs@hotmail.com)
1 Acadêmico de Medicina Veterinária – FV UFPel (luizafrossi@hotmail.com)
2 Médico Veterinário Clínica Veterinária Dr Paulo Sampaio (paulosampaio@terra.com.br)
3 Profª Departamento de Clínicas Veterinária FV/UFPel (sampaio.cris@gmail.com)
1 INTRODUÇÃO
Os ácaros da família Trombiculidae são parasitas apenas no estágio larval,
sendo as ninfas e os adultos as formas de vida livre. Há dois gêneros comuns,
Neotrombícula, que tem ampla distribuição na Europa, e o Eutrombícula, que ocorre
na América do Norte e do Sul. Ambos os gêneros parasitam qualquer animal,
incluindo o homem. Um terceiro gênero, com distribuição mais limitada é
Leptotrombidium, um vetor da febre tsutsugamushi (tifo rural) no Extremo Oriente
(URQUHART et.al., 1998). No Brasil, parece que as espécies mais freqüentes são:
Eutrombicola alfredugesi, E.batatas e Apolônia tigipioensis (NEVES, 2002). As
larvas ingurgitadas de trombiculídeos são ovais e de aproximadamente 0,6 mm de
comprimento, sendo sua característica macroscópica a cor laranja brilhante.
Microscopicamente, as patas, que se projetam consideravelmente além da margem
do corpo, têm cerdas plumosas, ao contrário das cerdas lisas de outros ácaros
parasitas (URQUHART et.al., 1998). Essas larvas podem ser encontradas na face e
pavilhão auricular de cães e gatos, assim como nos membros pélvicos de ovelhas e
outros ungulados, sob as asas e ao redor do abdomem de pombos e outras aves
(BOWMAN, 2004). .
O ciclo de vida dos ácaros trombiculídeos inclui a seguinte seqüência de
fases: ovo, pré-larva, larva, protoninfa, deutoninfa, tritoninfa e adultos. Os ovos são
geralmente depositados em solo. Após uma semana, a casca do ovo divide-se para
expor a pré-larva. Seis dias mais tarde, a larva ativa com três pares de patas é
desenvolvida, encontra um hospedeiro e alimenta-se geralmente por 3 a 5 dias
antes de cair no chão para formar a protoninfa. Esta fase, por sua vez desenvolve-se
até deutoninfa, com oito patas ativas. A deutoninfa posteriormente evolui para
tritoninfa, até transformar-se em um adulto de oito patas. O deutoninfa e os adultos
são predadores de vida livre que se alimentam de pequenos artrópodes e seus ovos
(MULLEN et.al., 2002). As infestações ocorrem em ambientes silvestres e semi-
silvestres, sendo a distribuição destes ácaros muito irregular (BOWMAN, 2004).
As larvas são atraídas pelo gás carbônico eliminado por algum vertebrado ao
qual se aderem devido à ausência de especificidade parasitária (NEVES et.al.,
2002). As larvas introduzem as peças bucais na pele, injetam uma enzima citolítica e
nutrem-se do tecido parcialmente digerido (URQUHART et.al., 1998). Podem
permanecer na pele durante vários dias a menos que sejam removidas. Ao introduzir
a saliva, desintegram a epiderme, assim como a derme, alimentando-se destes
tecidos. A pele ao redor torna-se endurecida, formando um tubo, chamado
estilostoma, no qual alonjam-se as peças bucais do parasito, até ocorrer à nutrição e
o desenvolvimento. O estilostoma completamente desenvolvido estende-se desde a
superfície da epiderme até a derme, e está revestido por células necróticas do trato
germinativo. O prurido é intenso e pode continuar por muitos dias após a larva ... (CONTINUA)...