VI Congresso de Psicologia Forense e da Exclusão Social 24, 25 e 26 de Maio de 2012 Auditório Agostinho da Silva – Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias |
A Psicologia Forense e da
Exclusão Social na Estação da Crise Conferencista Dra. Maria de Fátima Campos Presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão Como entendo toda esta temática e o próprio papel da psicologia numa perspetiva preventiva, ou seja, de evitar comportamentos desviantes ou de fazer retornar os seus sujeitos a uma prática normal, sadia, gostaria de vos deixar algumas notas do modo como podemos tratar desse problema a montante, ou seja, na sua origem. Obviamente que a exclusão social é uma “via rápida”, por vezes quase automática, para a delinquência e criminalidade. E se atendermos a que a condição económica é determinante para o escalonamento social, logo, para fenómenos de marginalização, percebemos que a crise que inunda Portugal pode ser um perigoso agente de segregação e consequente criminalidade. É esse “barril de pólvora” de que tantos altos responsáveis políticos da administração central, sociólogos ou até comentadores falam. O ideal seria evitar ou expulsar a crise. Mas não estando isso nas nossas mãos, há que saber lidar com os seus perversos efeitos socioeconómicos. Como cidadã e autarca, considero que há três eixos fundamentais para evitar ou combater a segregação social por via da pobreza ou, pelo menos, que essa segregação social por via da pobreza ou, pelo menos, que essa segregação não seja absoluta, de forma a que não redunde em marginalidade/ criminalidade: - Escola: para os agregados familiares que têm filhos é importantíssimo o papel da escola para continuar a ligar essas famílias ao resto da comunidade e a valores que queremos universais. Professores, alunos (colegas), corpos diretivos e profissionais de apoio à comunidade escolar (assistentes sociais, psicólogos) têm o dever de “agarrar” essas pessoas, essas famílias. A solidariedade relativamente a elas (e aí é mais importante dar tempo do que dinheiro) é o que as vai ancorar aos padrões de comportamento razoável; - Junta de Freguesia: essenciais no apoio logístico e psicológico (no fundo, social) e todas as famílias em vias ou já em pleno processo de segregação (tantas vezes, autoimposto). É necessário visitar as pessoas, porque elas, na maioria dos casos, prescinde da iniciativa de contactar as instituições quando se “demite” da vida em sociedade. É fundamental também um relacionamento estreito entre as Juntas de Freguesia e a Segurança Social (face visível da administração central); - Centro de Saúde/ Hospital: apesar das dificuldades económicas estarem a afastar cada vez mais as pessoas dos cuidados básicos de saúde, este é o tipo de instituição a que não se deixa de recorrer em estado de extrema necessidade (muito frequente na população de que falamos). Aí é essencial a presença de técnicos sociais (não só médicos) que permitam sinalizar e encaminhar os casos de segregação ou pré-exclusão que configurem um elevado potencial de marginalidade. Este “rastreio social” pode ter na unidade-família (mesmo que composta por apenas 2 ou 3 elementos) a sua peça-chave. O dever das instituições de proximidade é, pois, enorme. É o de não de deixar cortar ou de restabelecer o elo de ligação dessas pessoas à comunidade e aos valores que queremos partilhar. Se a solidariedade não for motivo bastante para tal, pelo menos, para nossa segurança. |
sábado, 2 de junho de 2012
ACONTECEU - VI Congresso de Psicologia Forense e da Exclusão Social 24, 25 e 26 de Maio de 2012
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