Chamamos a atenção para os vestígios produzidos pelo sangue, onde os peritos devem ter o cuidado de anotar e fotografar na forma original como foi encontrado. Em situações que o sangue ainda está em estado líquido, é preciso que esse exame seja registrado antes de movimentarmos a posição do corpo.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
PERINECROSCOPIA - ATENÇÃO -ATENÇÃO - ATENÇÃO
Exame do cadáver no local (perinecroscópico):
O exame do cadáver no local onde foi encontrado é rotineiro em nossas perícias, a fim de podermos interligá-lo - ou não - com os demais vestígios encontrados naquele ambiente.
É importante este exame para, numa primeira análise, sabermos se aquele local foi onde - de fato - a vítima foi agredida e/ou abatida. Somente por intermédio dos vestígios encontrados no cadáver e na área próxima é que teremos condições de dizer se a vítima foi morta naquele local ou se somente fora ali depositada (desova);
Inúmeros vestígios no cadáver podem ser registrados, o que leva a um trabalho meticuloso e sistêmico, na busca da maior quantidade possível de informações que possamos extrair da vítima. Portanto, assim como no local, devemos observar no cadáver alguns tópicos que desenvolveremos a seguir:
- Devemos seguir uma orientação geral para procedermos o exame, com o objetivo de não corrermos o risco de perder qualquer vestígio ou informação existente no cadáver;
- Os ferimentos são os primeiros vestígios que procuramos na vítima, pois, por intermédio deles, é possível interagir e complementar com outras buscas. Em determinadas situações, é possível constatar-se o tipo de ferimento existente já numa primeira visualização do cadáver;
- Sinais de violência são informações primárias que deve-se checar quanto a sua existência ou não no cadáver, pois essas possíveis constatações poderão auxiliar em muito na dinâmica do local. Entende-se como sendo sinal de violência, a ação sofrida pela vítima em conseqüência da intensidade dos ferimentos desferidos pelo agressor;
- Sinais de luta também se revestem de fundamental importância para auxiliar na montagem da dinâmica do local. O sinal de luta se caracteriza por vestígios que possam identificar o envolvimento entre vítima e agressor;
- Reação de defesa caracteriza-se pela presença de vestígios, produzidos pela ação da vítima, na tentativa de evitar os ferimentos desferidos pelo agressor;
- Vestígios intrínsecos, tais como sêmen, vísceras, vômitos, salivas, fezes fazem parte da rotina de busca que os peritos devem empreender durante a perícia no cadáver;
- O sangue, um dos principais vestígios intrínsecos, normalmente nos traduz inúmeras informações importantes quanto ao movimento da vítima na cena do crime, contribuindo sobremaneira para a determinação da reconstituição da dinâmica. Portanto, recomendamos especial atenção às manchas de sangue na vítima, observando as suas diversas formas de produção (escorrimento, gotejamento, concentração, etc), pois cada uma delas poderá conter informações individualizadoras ou, no mínimo, indicativas;
Chamamos a atenção para os vestígios produzidos pelo sangue, onde os peritos devem ter o cuidado de anotar e fotografar na forma original como foi encontrado. Em situações que o sangue ainda está em estado líquido, é preciso que esse exame seja registrado antes de movimentarmos a posição do corpo.
Chamamos a atenção para os vestígios produzidos pelo sangue, onde os peritos devem ter o cuidado de anotar e fotografar na forma original como foi encontrado. Em situações que o sangue ainda está em estado líquido, é preciso que esse exame seja registrado antes de movimentarmos a posição do corpo.
- Vestígios extrínsecos, como manchas quaisquer, pêlos depositados, fibras, minerais, terra, areia, detritos, material orgânico, é comum serem encontrados no cadáver, os quais, por sua vez, podem nos trazer informações relevantes para a formação da conclusão pericial, ou mesmo indicar uma possível autoria;
- Material do agressor, normalmente presentes nas unhas, mãos e órgãos genitais, podem nos oferecer pistas para a identificação do agressor;
- Observar se anéis, alianças, brincos, relógios, etc. foram retirados da vítima, fato que pode ser averiguado pela marca que esses objetos deixam no local do corpo onde eram usados;
Algumas outras técnicas básicas devem ser observadas concomitantemente com os procedimentos até aqui já discutidas, dentre as quais destacaríamos:
- Antes de tocar ou mexer em qualquer vestígio, deve-se fotografar tudo, a fim de preservarmos a forma original encontrada. Também deve ser fotografado cada detalhe que for encontrado e que os peritos julgarem importantes.
- Antes de mexer ou mudar a posição do cadáver, marcar a posição original com um giz ou qualquer outro material semelhante.
- Preservar e proteger cada vestígio que possa ser necessário para o exame que os legistas realizarão no IML.
http://www.igp.sc.gov.br/artigos06.html