A suspeita foi levantada depois que Powell revelou a existência da carta - que estaria endereçada para a mãe de Keith, Winnie Johnson, de 78 anos - em um documentário para a emissora de TV britânica Channel 4.
"Ian Brady não revelou à polícia a localização do corpo de Keith. O que estamos analisando é a possibilidade, e, nesta fase, é apenas uma possibilidade, de que ele tenha escrito uma carta à mãe de Keith que não era para ser aberta antes de sua morte", disse Martin Bottomley, da Polícia da Grande Manchester.
A polícia havia abandonado as buscas pelos restos mortais de Keith em 2009, alegando que seriam necessárias novas provas para justificar uma mobilização de recursos nesses esforços. Com a notícia sobre a carta, o caso foi reaberto.
Assassinos
O serial-killer, hoje com 74 anos, foi condenado à prisão perpétua em 1966 pelo assassinato de Lesley Ann Downey, de 10 anos, John Kilbride, de 12, e Edward Evans, de 17.
Ele passou os últimos 25 anos no hospital psiquiátrico de segurança máxima de Ashworth, em Merseyside, e tem sido alimentado por tubos desde que passou a recusar alimentos, há 12 anos.
Hindley, que morreu na prisão em novembro de 2002, aos 60 anos, foi condenada à prisão perpétua pelo assassinato de Lesley Ann e Edward e por encobrir Brady pelo assassinato de John.
Em 1987, Brady admitiu ter matado Keith e Pauline Reade, de 16 anos, cujos corpos não haviam sido encontrados. Os dois assassinos foram levados a Saddleworth para ajudar a polícia a encontrar os restos mortais das vítimas desaparecidas, mas apenas o corpo de Pauline foi localizado.
Na época, porém, um promotor público desistiu de acusar Brady e Hindley por esses dois assassinatos.
Buscas
Keith foi sequestrado no caminho para a casa da avó em Manchester, no dia 16 de junho de 1964. Sua mãe travou uma longa batalha para descobrir onde o filho está enterrado.No mês passado, Brady, que nasceu em Glasgow, deveria se apresentar a um tribunal que revisaria sua saúde mental para decidir se ele poderia ser transferido para uma prisão escocesa. A sessão, porém, foi adiada quando ele sofreu uma convulsão.
Em dezembro, Johnson disse que queria participar de uma audiência na qual Brady estivesse presente para vê-lo pela primeira vez "cara a cara", mas desistiu por achar que a experiência seria muito traumática.
"Ele (Brady) teve um diálogo com Winnie há alguns anos e na época ela teve certeza que ele poderia fornecer informações para encerrar esse caso angustiante", disse Ainley.
"Seu desejo é um só: dar a seu filho um enterro digno antes de morrer."