Dr. Rodrigo: A escolha pelas Análises Clínicas parece natural para todo biomédico. No entanto, desde o início da faculdade comecei a trabalhar com pesquisa em Bioquímica, tomando assim outro rumo. Tive inclusive a oportunidade de desenvolver estágio em Análises Clínicas, mas como já estava terminando o curso, não aceitei. Apesar disso, as Análises Clínicas ainda batiam na minha cabeça, como uma salvaguarda para o futuro. Pensava: “caso tudo dê errado, poderia atuar nas Análises Clínicas”. Assim, para acabar com essa problemática, quando já estava no Mestrado, resolvi cursar uma especialização na área, a fim de resolver uma possível necessidade futura.
Dr. Rodrigo: Vou um pouco mais longe.... Comecei a trabalhar como Perito após o concurso e Academia de Polícia em 2001. Naquele tempo fui lotado no interior do Estado, em um serviço em que o Perito ficava sozinho em seu plantão para atender todas as ocorrências externas (exame em local de homicídio, suicídio, morte suspeita, acidente de tráfego, furtos com arrombamento, incêndios e desabamentos), além dos exames internos (documentos, entorpecentes, instrumentos de crime, armas e todas as outras evidências externas ao corpo humano relacionadas ao crime ou ao criminoso e à vítima).
Dr. Rodrigo: Ótimo, somos profissionais super competentes e com uma visão ampla essencial para a Perícia Criminal e Médico Legal. Em princípio para se tornar Perito, será necessário ser aprovado em concurso público. Contudo, após 2008 com modificações no Código de Processo Penal, tornou-se possível atuar como assistente técnico. Nesse caso, o profissional é contratado pela parte ré para acompanhar a perícia oficial ou realizar exames a serem comparados com o resultado da perícia.
Dr. Rodrigo: Estude e seja humilde. Trata-se de área muito heterogênea, virtualmente tudo pode estar relacionado a um crime. Dessa forma, qualquer conhecimento pode ser importante para o Perito. Às vezes brinco, dizendo que até corte e costura é importante. Pois, muitas vezes fiz exames em vestes. Fico feliz de ter cursado como eletiva na faculdade disciplinas como Biologia Animal e Vegetal. Essas me serviram em vários momentos que examinei amostras de plantas e animais. Já até publiquei trabalhos sobre perícia de pássaros silvestres! E quando não souber, seja humilde para solicitar o apoio de outros profissionais ou buscar tais informações.
Dr. Rodrigo: Atualmente, existem vários cursos de pós graduação na área, muitos lato e alguns stricto sensu. Como falei, saber nunca é demais. Acredito que os cursos podem sim auxiliar na aprovação do biomédico, uma vez que apresentam disciplinas que são cobradas nos concursos. No entanto, uma pós graduação tem papel característico, o qual certamente não é o de ser curso preparatório para concurso.
Dr. Rodrigo: O livro é a realização de um sonho, o de divulgar a Ciência Forense. Acredito que ele tenha sido pensado enquanto estava na Academia de polícia e começou a ser escrito no primeiro dia em que atuei como Perito. No início ele era uma coletânea de escritos meus sobre diversas áreas da Criminalística, mas com o o apoio de Dr. Alexandre Giovanelle, meu coautor, e com a contribuição de diversos pesquisadores, peritos e professores que atuam em áreas da Ciência Forense, tornou-se um importante meio de aprendizagem e divulgação da Criminalística.
Além disso, a seriedade e o comprometimento científico do texto foi reconhecido pela FAPERJ que fomentou a publicação, entendendo o alcance e a proposta do livro. Deve ficar claro que não é um livro apenas para Peritos, mas para os diversos profissionais e estudantes que se interessem ou pretendam atuar na Ciência Forense. Em especial os Biomédicos. Pretende alcançar também os advogados e outros operadores do direito que precisem conhecer como é preparada a prova técnica.
Blog: Considerações finais.
Dr. Rodrigo: Esteja preparado!
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