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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Tirar jovem do alvo do crime é desafio de Plano em AL


Plano de Prevenção à Violência foi lançado em Alagoas com muitas cobranças de mães que perderam filhos assassinados

Ana Paula Omena 01/10/2012 11:52

Foto: Adailson Calheiros
Maria José da Silva escreveu uma carta para a presidente após a morte do filho: resposta ainda não chegou
Maria José da Silva escreveu uma carta para a presidente após a morte do filho: resposta ainda não chegou
Foi pensando em histórias de dor e sofrimento, como o da mãe do jovem Tiago Tierras, assassinado no dia 23 de fevereiro deste ano, e de tantas outras famílias que perderam seus filhos, sobrinhos e netos, em Alagoas e clamam por políticas públicas e oportunidades para a juventude, que os governos Federal, Estadual e Municipal lançaram na última quinta-feira, dia 27, o Programa Juventude Viva – Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra no Estado.
Durante o lançamento, a frase da alagoana Núbia Nascimento, da Rede de Jovens do Nordeste, resumiu as angústias sofridas pela juventude não só de Alagoas, mas também do restante do Brasil. “A violência em Alagoas tem cor, sexo, faixa etária e endereço: cor negra, sexo masculino, jovens e da periferia. Que este programa venha para realmente cumprir o seu papel, porque a juventude precisa viver”, alertou.
“Não é fácil ser jovem num Estado apontado pelas estatísticas como o mais violento do país. A iniciativa é importante porque mostra que a violência não afeta só uma camada social, mas todas elas. Quero pedir para que, no Estado, haja a criação de uma Secretaria da Juventude para serem formados vários conselhos e assim termos uma vida digna e segura. Precisamos fazer algo para melhorar a juventude, é preciso pressionar os governos”, frisou.
Dona Maria José da Silva, mãe de Tiago Tierras, disse emocionada durante o lançamento do Programa Juventude Viva, que a saudade de seu filho dói na alma. “Quando vejo os jovens, lembro o meu filho e não é fácil. Sei bem a dor de mães como eu que perderam seu filho jovem. Meu filho não era negro, era branco, mas estou aqui para que outros jovens não venham ter o mesmo final de meu filho. Peço encarecidamente que este plano dê certo, pois não se tem investido em políticas públicas para eles. Não tenho ódio dos que mataram meu filho, a dor maior é da saudade, pois sei que meu filho não volta mais. Após sete dias da morte de meu filho escrevi uma carta para a presidente Dilma Rousseff, sei que chegou à presidência, porem até agora, e já fazem sete meses, não recebi reposta”, desabafou.
 http://www.tribunahoje.com/noticia/41267/cidades/2012/10/01/tirar-jovem-do-alvo-do-crime-e-desafio-de-plano-em-al.html