Laudo pericial atesta que arma apreendida foi usada na morte de advogado em Tomé-Açu
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 30/04/2013 às 14:11
Ao todo, sete pessoas estão indiciadas por envolvimento no duplo homicídio. Três estão presos e quatro foragidos. Além de “Andrezinho”, estão presos Wellington Ribeiro Marques, 37 anos, de apelidos “Teco” ou “Neném”, apontado como o outro executor do crime, e Jorge Augusto da Silva, apontado como a pessoa que deu apoio aos pistoleiros na fuga e que ficou com a arma do crime e a moto usada na fuga.
Os indiciados como mandantes do crime - O prefeito de Tomé-Açu, Carlos Vinícios de Melo Vieira, e o pai dele, empresário Carlos Antônio Vieira - permanecem foragidos, assim como o terceiro indiciado como executor das vítimas, o cearense Davi Paulino dos Santos, conhecido como "Cavalinho", e o homem apontado como intermediário na contratação dos pistoleiros, empresário Raimundo Barros de Araújo, conhecido como “Raimundinho”.
As informações foram prestadas no auditório da Delegacia Geral pelos delegados Sílvio Maués, diretor de Polícia do Interior; João Bosco Rodrigues, diretor de Polícia Especializada; Cláudia Renata Guedes, da Divisão de Homicídios e presidente do inquérito; e perito criminal Edézio Lima, do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, responsável pelo laudo.
Também participou da coletiva o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Pará, Jarbas Vasconcelos, que acompanha as investigações. Para o delegado Sílvio Maués, o resultado da perícia serve para demonstrar a certeza de que as investigações da Polícia Civil seguiram no rumo certo.
O inquérito já foi concluído e seguiu para apreciação do Sistema Judiciário. O caso já é considerado esclarecido, restando apenas a finalização das investigações com as prisões dos foragidos.
Conforme Maués, Luciano Capácio foi baleada por dois homens enquanto estava no interior de um bar, em Tomé-Açu. Os projéteis retirados do corpo da vítima são de pistolas de calibre 380. Já o advogado foi morto na rua, na esquina próxima ao bar, ao tentar fugir dos executores, mas foi surpreendido por um terceiro criminoso que estava em frente ao bar.
Esse terceiro homem, pelas investigações, é “Andrezinho”. “Por ser conhecido no município, Carlos André ficou do lado de fora do bar para não aparecer na cena do crime”, apurou o delegado. Por meio do reconhecimento de testemunhas oculares do crime foi possível fazer a identificação dos executores.
Depois dos assassinatos, “Andrezinho” fugiu do município de moto com destino a Concórdia do Pará, onde entregou o veículo e arma do crime para Jorge Augusto. Este, por sua vez, após o crime, vendeu os objetos a uma terceira pessoa.
As investigações demonstraram, ainda, que “Raimundinho”, identificado como intermediário, manteve contatos com o prefeito. “Jorge recebeu a moto e o revólver calibre 38 usados no crime”, ressalta. Antes da dupla execução, “Andrezinho” esteve na serraria, de propriedade de “Raimundinho”, em Moju, onde já estava Wellington Marques, o outro executor.
“Andrezinho” e “Neném” foram presos em 17 de março deste ano, por policiais civis, que os abordaram em uma operação na rodovia BR-316, na divisa do Pará com o Maranhão. Já o terceiro indiciado, Davi Paulino, veio do Ceará para Tomé-Açu para participar do crime. Ele é condenado por homicídio em Paragominas, no Pará, e responde no Ceará também por homicídio.
O perito criminal Edézio Lima explica que foram retirados dois projéteis do corpo do advogado para fazer a comparação microbalística, cujo objetivo é verificar se os projéteis da arma são os mesmos encontrados na vítima. Ele explica que o revólver tinha resíduos de chumbo no cano, o que gerou dificuldade para a perícia devido o atrito gerado pelo chumbo, que causou rasuras na arma.
Mas, a dificuldade, ressalta o perito, não impediu a equipe pericial de constatar que os projéteis são do mesmo calibre. Os peritos realizaram a análise da quantidade de raias (linhas que existem dentro do cano das armas) na arma para concluir o laudo. Na perícia, afirma o perito, a possibilidade de não ser a arma usada no crime é igual a possibilidade de existir, em uma mesma pessoa, duas impressões digitais diferentes, ou seja, praticamente impossível.
As investigações mostraram que a causa do duplo assassinato foi uma animosidade entre o prefeito de Tomé-Açu e Luciano Capácio, pelo fato de o empresário ter parado de dar apoio político ao prefeito, que é do PMDB, pois Luciano almejava a presidência do PSDB na região, para ser candidato a prefeito de Tomé-Açu.
Como retaliação, o prefeito Carlos Vinícius mandou cancelar o aluguel do maquinário de propriedade de Luciano Capácio para a Prefeitura Municipal. Aliado a isso, houve denúncias feitas por Luciano Capácio, junto com seu advogado, Jorge Pimentel, quanto a supostas irregularidades num empreendimento imobiliário do grupo empresarial pertencente ao pai do prefeito. Por conta disso, as investigações mostraram que, para calar o empresário, o prefeito e o pai planejaram encomendar a morte de Capácio.
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