Voz, sinusite, rinite e asma são problemas de fonoaudiólogos também, provam especialistas
qui, 13/09/2012 - 15:34
As fonoaudiólogas Irene Marchesan, presidente
da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, e Leny Kyrillos, professora
da PUC-São Paulo e especialista em voz profissional estiveram na quarta
(12) e quinta-feira (13) participando como palestrantes da 10ª Semana de
Fonoaudioliogia (Semafon) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da
Unicamp. Irene falou sobre o trabalho do fonoaudiólogo com pacientes com
asma, rinite e alergias. Leny abrangeu os cuidados que os profissionais
da voz – locutores de rádio, cantores, apresentadores e repórteres de
televisão – devem ter.
De acordo com Irene Marchesan, 90% dos pacientes
são encaminhados por dentistas para tratamento na área de motricidade
orofacial. Os problemas decorrentes de deglutição e mastigação têm, em
sua origem, a função respiratória. É comum pais de crianças não
entenderem a diferença entre respirar pela boca ou pelo nariz.
“A função do nariz é limpar, aquecer e umidificar o
ar para que ele chegue lentamente aos pulmões. Pela boca, o ar entra
direto, em grande quantidade”, explica Irene.
Os pacientes com sinusite, rinite ou asma precisam
aprender a respirar com a boca e com o nariz quando estão nos momentos
de crise. Para um adulto, três meses de terapia são suficientes.
Crianças e adolescentes necessitam de pelo menos seis meses.
“Eles precisam ter a consciência das duas
possibilidades de respiração. O fonoaudiólogo é um auxiliar no
tratamento. Quem faz o diagnóstico é o médico ou dentista”, alertou.
A saúde vocal e a expressividade na fala são dois
pontos fundamentais, segundo Leny Kyrillos, para quem trabalha com a
voz. A saúde vocal está relacionada com a capacidade de falar por um
tempo maior, numa boa condição, sem esforço. Para isso, a hidratação das
cordas vocais é fator importante para produzir uma boa voz. Outra dica
da fonoaudióloga é evitar fumo, álcool e alimentos gordurosos de difícil
digestão.
“Prefira arroz e macarrão integral, que dão energia
durante um período maior. Consuma sucos cítricos que aumenta a
salivação e melhora a fala”, disse Leny.
A expressividade da fala é capacidade de demonstrar
o conteúdo que se está transmitindo por meio de variações da entonação e
melodia a partir das modificações que acontece na forma. Ela também
está associada à postura, expressão facial e gestos.
“A fala espontânea se caracteriza por surpreender o
interlocutor. Algumas pessoas tem habilidade maior, mas isso pode ser
treinado. Todos são capazes de desenvolver a expressividade”, disse
Leny.
Na parte da tarde, Maria do Carmo Gargaglione,
perita em fonoaudiologia forense do Ministério Público do Rio de Janeiro
e presidente da Academia Brasileira de Fonoaudiologia Forense faz
palestra sobre fonoaudiologia forense e perícia em saúde auditiva e
trabalho.
Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp
http://www.fcm.unicamp.br/fcm/fcm-hoje/noticias/2012/voz-sinusite-rinite-e-asma-sao-problemas-de-fonoaudiologos-tambem-provam-espe