17/06/2012
Promessa de equipamentos de ponta na nova Perícia Forense
As novas instalações da Perícia Forense terão equipamentos para exames de substâncias tóxicas, dentre outras tecnologias. O Governo adquiriu também um scanner radiológico, que possibilita visão interna do corpo em tempo real. O investimento passa dos R$ 5,8 milhões
EDIMAR SOARES
O investimento em equipamentos de perícia criminal e análise laboratorial passa dos R$ 5,8 milhões
A nova Perícia Forense do Ceará (Pefoce) terá equipamentos “de ponta” comprados pelo Governo. “Vamos ter um crescimento técnico-científico muito grande”, promete o perito-geral Maximiano Leite Chaves. Um dos equipamentos foi adquirido a partir de um convênio com a Universidade Federal do Ceará (UFC). O chamado cromatógrafo gasoso fornece a composição química de objetos, permitindo o exame acurado de substâncias tóxicas e entorpecentes a partir de amostras químicas e biológicas.
Segundo Maximiano, os servidores da Pefoce já foram treinados para usar o equipamento. “Ele determina não só a qualidade da substância no sangue, urina e vísceras, mas também a quantidade. É importante para casos suspeitos de envenenamento ou para saber se a vítima tinha feito uso de álcool, cocaína ou outra droga”, exemplifica.
O perito também cita o espectômetro, equipamento que consegue descobrir, por exemplo, se uma cédula é falsa, se uma assinatura foi adulterada ou se uma substância é realmente pura. “Ele identifica, a nível celular, todas as substâncias que compõem a amostra”, explica Maxiamiano.
Outra tecnologia será o microscópio de varredura, equipamento capaz de encontrar um grão de areia na roupa de alguém. Já houve casos, no Brasil, em que o assassino negou o crime, mas foi preso porque a terra encontrada na roupa (mesmo depois de lavada) era do mesmo tipo da terra onde o corpo da vítima foi achado.
O investimento em equipamentos de perícia criminal e análise laboratorial passa dos R$ 5,8 milhões (os recursos são dos Governos do Estado e Federal). Parte ainda está em execução. A ideia é que comecem a funcionar à medida que forem chegando à nova Pefoce. “É uma grande mudança. Não dá para começar funcionando 100%. Vai sendo implantado de forma paulatina”, informa o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Francisco Bezerra.
O Governo admite que, para a Pefoce funcionar bem, também será preciso ampliar o quadro de profissionais. Há um concurso em andamento. Com a conclusão do certame, os médicos peritos legistas passarão dos atuais 48 para 75; peritos legistas vão de 26 a 31; peritos criminais saltarão dos atuais 22 para 87; e auxiliares de perícia subirão de 39 para 125.
Saiba mais
Caso Isabella Nardoni
Fralda suja de sangue: foi feito exame de DNA e a perícia constatou - apesar do pouco material coletado - que o sangue era da menina. A fralda teria sido usado para estancar o sangue que saiu de um pequeno corte na testa da vítima, evidenciando que ela foi machucada. A perícia também comprovou que era dela o sangue encontrado em alguns cômodos do apartamento e no carro da família.
Solado de sapato: a marca foi encontrada pelos peritos na cama do quarto, perto da janela de onde a menina foi atirada. Exames constataram que a marca é idêntica à de um calçado de Alexandre, sugerindo que ele se apoiou sobre a cama para jogar a menina.
Camiseta: os peritos encontraram, na camiseta usada pelo pai, minúsculos pedaços da rede de proteção colocada na janela de onde a menina foi atirada. Foi o microscópio de varredura que detectou os fragmentos. A perícia também percebeu marcas que teriam sido feitas pelo corpo de Isabella do lado de fora da janela.
Asfixiada: a perícia também concluiu que Isabella foi asfixiada e que ainda estava viva quando foi jogada pela janela, tendo morrido com a queda.
http://www.opovo.com.br/app/opovo/cienciaesaude/2012/06/16/noticiasjornalcienciaesaude,2858989/promessa-de-equipamentos-de-ponta-na-nova-pericia-forense.shtml
Segundo Maximiano, os servidores da Pefoce já foram treinados para usar o equipamento. “Ele determina não só a qualidade da substância no sangue, urina e vísceras, mas também a quantidade. É importante para casos suspeitos de envenenamento ou para saber se a vítima tinha feito uso de álcool, cocaína ou outra droga”, exemplifica.
O perito também cita o espectômetro, equipamento que consegue descobrir, por exemplo, se uma cédula é falsa, se uma assinatura foi adulterada ou se uma substância é realmente pura. “Ele identifica, a nível celular, todas as substâncias que compõem a amostra”, explica Maxiamiano.
Outra tecnologia será o microscópio de varredura, equipamento capaz de encontrar um grão de areia na roupa de alguém. Já houve casos, no Brasil, em que o assassino negou o crime, mas foi preso porque a terra encontrada na roupa (mesmo depois de lavada) era do mesmo tipo da terra onde o corpo da vítima foi achado.
Exame de DNA
Há ainda expectativa de melhoria na área de medicina legal. O Governo adquiriu um scanner radiológico, equipamento com possibilidade de visão interna do corpo em tempo real. Será possível localizar corpos estranhos em tecidos biológicos, com laudos periciais mais ilustrativos. As novas mesas de necrópsia também darão mais qualidade ao atendimento.O investimento em equipamentos de perícia criminal e análise laboratorial passa dos R$ 5,8 milhões (os recursos são dos Governos do Estado e Federal). Parte ainda está em execução. A ideia é que comecem a funcionar à medida que forem chegando à nova Pefoce. “É uma grande mudança. Não dá para começar funcionando 100%. Vai sendo implantado de forma paulatina”, informa o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Francisco Bezerra.
O Governo admite que, para a Pefoce funcionar bem, também será preciso ampliar o quadro de profissionais. Há um concurso em andamento. Com a conclusão do certame, os médicos peritos legistas passarão dos atuais 48 para 75; peritos legistas vão de 26 a 31; peritos criminais saltarão dos atuais 22 para 87; e auxiliares de perícia subirão de 39 para 125.
Saiba mais
Caso Isabella Nardoni
Fralda suja de sangue: foi feito exame de DNA e a perícia constatou - apesar do pouco material coletado - que o sangue era da menina. A fralda teria sido usado para estancar o sangue que saiu de um pequeno corte na testa da vítima, evidenciando que ela foi machucada. A perícia também comprovou que era dela o sangue encontrado em alguns cômodos do apartamento e no carro da família.
Solado de sapato: a marca foi encontrada pelos peritos na cama do quarto, perto da janela de onde a menina foi atirada. Exames constataram que a marca é idêntica à de um calçado de Alexandre, sugerindo que ele se apoiou sobre a cama para jogar a menina.
Camiseta: os peritos encontraram, na camiseta usada pelo pai, minúsculos pedaços da rede de proteção colocada na janela de onde a menina foi atirada. Foi o microscópio de varredura que detectou os fragmentos. A perícia também percebeu marcas que teriam sido feitas pelo corpo de Isabella do lado de fora da janela.
Asfixiada: a perícia também concluiu que Isabella foi asfixiada e que ainda estava viva quando foi jogada pela janela, tendo morrido com a queda.
http://www.opovo.com.br/app/opovo/cienciaesaude/2012/06/16/noticiasjornalcienciaesaude,2858989/promessa-de-equipamentos-de-ponta-na-nova-pericia-forense.shtml