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domingo, 26 de junho de 2011

PARAIBA E OS DESAFIOS DO PERITO CRIMINAL

Cotidiano
Edição de domingo, 26 de junho de 2011 
O papel e os desafios do perito criminal



Cabe ao perito criminal localizar provas, comprová-las através de exames laboratoriais, documentá-las no laudo pericial e analisar todas as informações das quais dispõe para reconstituir a cena do crime. "Nosso trabalho consiste em reunir provas para desvendar os autores do crime e identificar como ele agiu, que armas utilizou. Desde que chegamos à cena do crime começamos a tentar desvendar cada passo que o criminoso deu", explicou o perito Rener Carvalho, que coordena a Gerência de Criminalística do IPC.


Laboratórios da Paraíba atendem demanda de outros estados como Rio Grande do Norte e Alagoas. Foto: Ovídio Carvalho/ON/D.A. Press
Apesar de todo a tecnologia utilizada pelos peritos criminais na Paraíba, um dos principais entraves para o trabalho desenvolvido pelos profissionais do Instituto de Polícia Científica é a violação da cena do crime. Para Rener Carvalho, a interferência de pessoas curiosas prejudica o trabalho da polícia científica, no momento em que destroem elementos que poderiam servir para a análise da cena criminal. "É um problema cultural, que precisa ser mudado. Qualquer elemento identificado no local onde um homicídio aconteceu pode servir como indício de prova e, no momento em que curiosos e a própria imprensa invadem a cena do crime, pode haver alterações nos resultados das análises realizadas pelos peritos. Jogar ou retirar objetos no local e tocar no corpo da vítima são atitudes que dificultam o nosso trabalho", explica o perito.

Destaque

A Paraíba é um dos três estados nordestinos que possuem laboratório de DNA forense para auxiliar o trabalho desenvolvido pela polícia científica. Com uma equipe formada por oito peritos especializados em biologia molecular, genética ou ciências biológicas, o laboratório montado na Gerência Executiva de Laboratório Forense atende, além dos exames solicitados pela Polícia Civil da Paraíba, a demanda de estados vizinhos, como Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas, e até de estados mais distantes, como Roraima e Pará.

De acordo com a perita Ana Carolina Bernardi, 32, o Laboratório de DNA do IPC realiza exames de confronto genético a partir de amostrascoletadas de suspeitos e nos locais de crime, como manchas de sangue, sêmen encontrado no corpo das vítimas de violência sexual, fragmentos de pele, pêlos ou cabelos. "Os exames de DNA são realizados em casos de crimes sexuais, identificação de cadáver, homicídios ou nos casos de crimes contra o patrimônio, quando há vestígios orgânicos nas cenas dos crimes ou nos suspeitos. Qualquer órgão do corpo humano possui células com DNA", esclareceu.

Quando não há material para confronto de DNA, os peritos do IPC guardam as amostras coletadas na vítima ou no objeto utilizado para praticar o crime em freezers. "Em muitos casos, não há suspeitos dos crimes, mas o material coletado e analisado no laboratório fica arquivado para um possível confronto no futuro", explicou a perita.

http://www.diariodaborborema.com.br/2011/06/26/cotidiano5_1.php