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quarta-feira, 18 de maio de 2011

MACEIO PEDE AJUDA A CORREGEDOR

11:53 - 16/05/2011 Sidney Tenório
James Magalhães fala sobre falta de estrutura em sala onde deveria funcionar laboratório
O Corregedor-geral de Justiça, desembargador James Magalhães, visitou, na manhã desta segunda-feira (16), a sede do Instituto de Criminalística, que funciona no prédio do antigo hotel Beriz, no Centro de Maceió, para apurar denúncia de falta de condições de trabalho feita por peritos. Após avaliar salas e conversar com funcionários, Magalhães afirmou que vai pedir socorro para o IC ao governador do Estado, Teotonio Vilela Filho.
"Ainda hoje, vou conversar com o secretário da Defesa Social, Dário Cesar, e agendar uma audiência com o governador, para pedir socorro. Vamos defender a permanência do Centro de Perícias Forenses neste prédio, além da aquisição de materiais e da realização de concurso urgente para o cargo de perito", afirmou Magalhães, em entrevista concedida na sala onde deveria funcionar um laboratório central que espera desde 2007 para sair do papel.
O desembargador confirmou a denúncia dos peritos e acrescentou que constatou a precariedade da estrutura. "O IC é um parceiro da Justiça, já que os processos dependem de laudos oficiais e podem ficar parados se não houver estrutura de trabalho aqui. No final, é o jurisdicionado o grande prejudicado", disse.
A diretora do Instituto de Criminalística, Rosana Coutinho, que acompanhou Magalhães durante a visita, ressaltou a falta de efetivo e a grande demanda de trabalho no IC. "A demanda de perícias aumentou mais de 800% nos últimos oito anos e o nosso quadro de profissionais foi reduzido no mesmo período. Em 2001, tínhamos 500 requisições por mês. No ano passado, foram 4,5 mil", ressaltou a diretora, acrescentando que o efetivo hoje é de apenas 40 peritos e que já foi solicitado ao governo a realização de um concurso com pelo menos 150 vagas.
Segundo o diretor da Associação de Peritos, Paulo Rogério, os baixos salários e a falta de condições de trabalho fizeram com que 23 dos 40 peritos que entraram no órgão no concurso de 2001 pedissem exoneração. "O Estado vai continuar perdendo ótimos profissionais porque ninguém vai querer continuar trabalhando desse jeito. Um perito hoje tem que fazer praticamente uma perícia a cada três dias e isso sem estrutura alguma", denunciou.
Paulo Rogério revelou que o órgão ficou mais de um ano com o comparador balístico quebrado. O equipamento é usado para saber se o projétil recolhido em corpos de vítimas ou lugares de crime saíram das arma apreendida pela polícia. "Sem ele a Justiça deixa de ter uma prova fundamental para julgar os casos e a sociedade é a grande prejudicada", lamentou.
http://tudonahora.uol.com.br/noticia/maceio/2011/05/16/141121/pericia-criminal-em-al-e-caotica-diz-corregedor-do-tj