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sábado, 31 de outubro de 2009

Digitais “eletrônicas”

Digitais “eletrônicas” continuam sem dono

Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo / Papiloscopistas do Instituto de Identificação do Paraná usam o novo sistema: ele já flagra tentativas de fraude, mas ainda não resolveu nenhum crime Papiloscopistas do Instituto de Identificação do Paraná usam o novo sistema: ele já flagra tentativas de fraude, mas ainda não resolveu nenhum crime

 

Novo sistema de identificação da Polícia Civil não encontra autores de crimes porque banco de dados que permitiria comparar imagens ainda está quase todo no papel
Publicado em 31/10/2009 | Pedro de Castro Já faz dois meses que a Polícia Civil do Paraná conta com um novo instrumento que poderia ajudar na resolução de crimes. Está em funcionamento no Instituto de Identificação do Paraná (IIPR) uma estação do sistema automático de identificação de digital (Afis, na sigla em inglês) integrada ao banco de dados criminais e civis da Polícia Federal. O equipamento permite a varredura em fichas cadastradas para encontrar digitais que correspondam às coletadas em locais de crime, facilitando a identificação de suspeitos – como ocorre nos seriados policiais norte-americanos. Mas, apesar de a tecnologia estar disponível, até agora a estação não foi usada para este fim porque a maioria das fichas criminais ainda não foi digitalizada.
Desde 2005, o IIPR realiza perícia em locais de crime e já acumulou 3 mil amostras “sem dono”. Só que a maioria das 22 mil fichas criminais do estado, em que se poderia fazer a varredura, está em arquivos físicos. “Vamos incluir esses dados através de uma aquisição em massa em Brasília, que tem capacidade para escanear as fichas muito mais rápido. Mesmo assim deve levar de 6 a 8 meses até que esteja tudo digitalizado”, prevê Rodrigo Alves Lopes, chefe do núcleo técnico-científico do IIPR.
 
Embora o novo sistema ainda não esteja sendo usado para identificar suspeitos de crimes, os casos de pessoas que tentaram tirar identidade com nome falso estão sendo facilmente identificados. “Assim que a pessoa coloca o dedo no sensor, o sistema já busca se há uma identificação prévia e impede outro registro”, explica Rodrigo Lopes, do Instituto de Identificação do Paraná (IIPR). Carteiras antigas, retiradas desta forma, também foram detectadas.
O IIPR já usava, desde 2006, um sistema Afis, chamado Antheus, para organizar as informações não criminais, uma vez que o órgão é o responsável pela emissão da carteira de identidade. Desde fevereiro, as novas carteiras emitidas no estado têm as digitais coletadas por sensor ótico e processadas pelo Antheus. A ideia é que a base de dados do programa civil passe a ser compartilhada com a da Polícia Federal. Outra colaboração entre as duas polícias é a cessão do software Horus, da PF, para uso no estado. Ele permite a elaboração digital de retratos falados através de fragmentos de rostos incluídos no sistema. (PC)
Sistema pega tentativa de fraude Documentos
Convênio
O sistema foi fornecido ao estado por meio de um convênio com a Secretaria Nacional de Se­­gu­­rança Pública, órgão do Mi­­nistério da Justiça. O IIPR conta com uma estação instalada do Morpho, aplicativo Afis da empresa francesa Sagem Dé­­fense Sécurité, e há previsão para um segundo ponto de acesso. O software foi adquirido por US$ 36 milhões pelo governo federal em 2006, inicialmente destinado aos escritórios da Polícia Federal. O convênio foi implantado neste ano e contou com a adesão de todos os estados.
Por meio do Afis, o perito em identificação pode acessar aproximadamente 3 milhões de fichas criminais e civis cadastradas no banco de dados da PF. O sistema auxilia no trabalho de investigação ao permitir uma varredura do tipo “um para n” (1:n), ou seja, comparação entre a digital latente – não visível a olho nu e captada pelo perito – e todas as do banco. Antes disso, esse tipo de pareamento só era possível quando havia uma lista de suspeitos, todos cadastrados, e o papiloscopista comparava as amostras “um para um” (1:1). “É claro que o programa não substitui o trabalho do papiloscopista, é um facilitador. O Morpho entrega uma lista com pares possíveis listados do mais para o menos provável. É só o laudo técnico do papiloscopista que dá a certeza absoluta da identificação daquela digital”, escalarece Rodrigo Alves Lopes, chefe do núcleo técnico-científico do IIPR

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